Recentemente, veio à balha a história de um professor da
Pontifícia Universidade Católica do Paraná que, em sala de aula, havia
comparado a hóstia à maconha, dizendo: ...“a eucaristia é um baseado, que o padre vai passando de mão em mão… É uma
droga lícita…".
Não me impressiona a existência de pessoas que tenham a
capacidade de dizer coisa semelhante a esta, pois, se Deus foi generoso num
ponto, o foi ao conceder ignorância quase ilimitada a certos indivíduos. Causou-me
desconforto a resposta da própria PUC/PR, para quem: "A universidade é um lugar de debate e de
discussões da ciência, que preza pelo pluralismo ético, filosófico e religioso,
características que fazem parte do que é ser acadêmico”.
Sem sombra de dúvida, afirmo que a aludida declaração poderia ser feita
por qualquer reitor do mundo, exceto por aqueles que dirigem instituições de
ensino confessionais.
E isso, e aqui entro especificamente no ponto, porque as escolas
confessionais têm... uma fé, ora bolas!
De fato, não é possível admitir que determinado professor da
Escola Adventista, por exemplo, chegue à sala de aula e diga algo contrário à
crença dos adventistas. Nem seria conveniente que numa escola judaica se
permitisse que o professor pregasse ideias contrárias ao judaísmo. E assim por
diante.
A liberdade de expressão vale da porta para fora. E não da
porta para dentro. Da porta para dentro de uma escola católica valem os dogmas
católicos! E quem não gostar que vá ministrar ou receber aula em outro lugar!
Confundem-se, ao se dizer que a liberdade de manifestação do
pensamento garante esse tipo de comportamento (a liberdade de contrariar um
dogma católico dentro de uma universidade católica), dois âmbitos da aplicação
dos direitos fundamentais (aqui se trata do direito fundamental à liberdade de
manifestação do pensamento). Mistura-se o direito que as pessoas têm de falar o
que querem, desde que o façam num ambiente público, com aquele que elas não têm
de manifestar opiniões contrárias às das instituições religiosas que bem ou mal
representam e que lhes pagam os salários.
Ninguém é obrigado a ser católico. A despeito do que muitos
desavisados dizem por aí, nem na Idade Média europeia se era. No entanto, se
determinada pessoa se dispõe a ministrar aula numa instituição de ensino
católica, é óbvio que haverá de atender ao requisito mínimo; qual seja:
portar-se respeitosamente diante dos dogmas católicos.
Se quer falar mal da hóstia ou do Papa, que o faça! Fora da
PUC/PR, claro! Que vá plantar suas ideias em outras terras!
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