Festo, ao apresentar o caso do apóstolo Paulo a Agripa II,
sendo este o último rei dos judeus, assim o fez:
“Está aqui um prisioneiro que Félix deixou. Estando eu em
Jerusalém, esse tal foi acusado pelos sumos sacerdotes e senadores judeus, que
pediram sua condenação. Eu lhes respondi que não é costume romano entregar um
homem antes que possa confrontar-se com seus acusadores e tenha ocasião de
defender-se das acusações.”(Lc. 13 15,16)
É claro que, passados dois mil anos, não se poderia exigir
que os romanos continuassem a portar-se do mesmo modo. Não se lhes poderia
exigir que concedessem ao acusado o direito de “confrontar-se com seus
acusadores”. E não se lhes poderia pedir tanto, pois os romanos não são mais
romanos, porque abandonaram a Roma Eterna de que falava Monsenhor Lefebvre,
para transformá-la numa província do califado mundial e mundanista, a ser
guiada por mero caudilho sul-americano.
O caso de Dom Rogelio Livieres, ex-bispo de Ciudad del Este,
é o sinal de que Bergoglio, depois de assumir-se como bispo de Roma, infelizmente
não aprendeu nada. Mas, o mais importante e triste, não esqueceu nada.
Do processo, grotesco episódio em que Dom Livieres foi
envolvido e no qual não foi ouvido por quem o condenaria, ao que parece acusado
de fazer de sua Diocese uma Diocese católica, num país conflagrado pelos muitos
erros de seu clero, extrai-se só uma coisa positiva: Bergoglio pôde exibir-se
sem que sua imagem passasse pelo filtro das lentes mágicas da imprensa que o idolatra, da
imprensa que o incensa, dos bajuladores que o veem como aquele que salvará a
Igreja dos católicos que a querem para si. Mostrou-se como é: autoritário e
intolerante, que não vê obstáculos quando persegue quem dele discorda. E, para
deixar claro quem é e para que veio, na semana seguinte à destituição de Dom
Livieres, abre as portas do Vaticano, sagradas portas, para os
delinquentes que posam de revolucionários na sofrida América do Sul.
Caiu a máscara da humildade, da serenidade, do diálogo.
Diálogo que só exerce com quem católico não é, ainda que tenha de ocultar a
cruz de Cristo para não ofender seu interlocutor.
Ecce homo. Com h minúsculo,
claro!, pois sua alardeada humildade, orgulhosa humildade, não passa da velha
humildade argentina.
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