Com o
Concílio Vaticano II, contaminada pelo Modernismo que já havia sido condenado
pelo Papa Pio X (Pascendi Domini Gregis),
parte da Igreja deixou de ser mãe e mestra.
De mãos dadas, quis caminhar com o mundo e
o mundano; mas, para fazê-lo, teria de desculpar-se com os humanistas, aqueles
que se preocupam com os pobres e aspiram à fraternidade entre todos os homens,
os Robespierres da ocasião.
E veio a fazê-lo.
Suplicou perdão para que seus algozes, os
sucessores intelectuais e morais dos revolucionários de outrora e de sempre –
os quais, num passado não muito distante, haviam cortado a cabeça de padres,
freiras e leigos na Espanha, no México e em França, para citar os casos mais
conhecidos – suplicou perdão pelos crimes reais ou imaginários praticados por
alguns de seus membros.
De João XXIII até João Paulo II, nenhum dos
papas deixou de desculpar-se. Ora com uns, ora com outros. Fizeram-no sempre, demonstrando
embaraço pelos pecados de alguns filhos da Igreja. Ainda que não existisse
nada, senão a maledicente fumaça dos que incensam a Baal! Mesmo que crime
qualquer houvesse acontecido, como no paradigmático caso Galileu, as desculpas
eram necessárias. Quase uma obrigação imposta ao Sumo
Pontífice.
Para agradar ao mundo, o Papa teria de recriminar algo feito pela Igreja. E
se culpa inexistisse, que fossem assumidos delitos criados pela fantasiosa
imaginação dos inimigos dela, dos adversários de Deus.
E os papas o fizeram.
Fizeram-no todos, e todos com semblante
envergonhado. Cabisbaixos, acomodavam seus pescoços nas guilhotinas cujas
cordas eles próprios puxariam.
Isso não seria suficiente, todavia. O mundo
queria mais. Queria algo maior! As desculpas não saciaram a sede dos sempre sedentos
lobos do niilista Século XX.
Para apaziguar os amigos dos homens, mas inimigos do Homem, a
Igreja, a parte contaminada dela, teria de ir além. Teria de renegar seu
passado de esplendor e glória.
E o que mais a distinguia do mundo? O que a tornava
sublime? O que atraia a todos pela beleza?
Sua liturgia! Sem dúvida: sua liturgia!
E eis que o novel santo Paulo VI tenta pôr
cobro à Missa Católica!
Torna-a palatável ao homem comum, dizem os
defensores da mudança, canonicamente impensável alteração litúrgica.
E o resultado está aí, a olhos vistos!
Prédios vazios frequentados por algumas poucas pessoas esvaziadas do sentido do
sobrenatural, esvaziadas do Belo e do Bom.
Mas Deus é amor! Por um de seus tortuosos caminhos, faz surgir espantosamente um Papa tímido e tíbio, guiado pelo Espírito Santo que às vezes parece abandonar seus filhos. Bento XVI tenta
deixar um pouco de lado o mundo para fazer as pazes da Igreja com ela própria,
com seu esplendoroso e rico passado, trazendo de volta a imutável liturgia de São Pio V
aos altares católicos.
Só que ao trazê-la de volta, ao facultar a celebração da Missa de São Pio V, provoca a
alcateia. Enfurece os lobos. E os lobos não descansam. Trabalham
incessantemente para que a Igreja continue a andar de mãos dadas com o mundo e o
mundano, ainda que sabidamente o faça voltando as costas para Deus.
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