No
dia 04 de dezembro de 2012, li o artigo de Renato Janine Ribeiro publicado pelo
Valor Econômico. Assustei-me com o teor (e com a gramática!), pois a mim me
pareceu a tentativa de justificar a corrupção endêmica que assola o Brasil com
a tese de que coisa parecida houve em todos os locais nos quais se viu desenvolvimento
semelhante ao brasileiro. Trata-se, então, da defesa econômica dos Aloprados, do Cuecão, do Mensalão e das
Rosemarys.
Só
que o interessante é que o próprio articulista relaciona a corrupção à ascensão
de governos de esquerda.
E
não é que ele tem razão! Pelo menos no que atine ao segundo aspecto.
Devagar,
devagarinho chegarei lá.
Em
primeiro lugar, rememoro a pergunta à qual o articulista tentou responder.
Ei-la: “Haverá um link entre políticas de inclusão social, governos de
esquerda, e a corrupção?”
Renato
Janine Ribeiro – depois de traçar paralelos insustentáveis entre assuntos
completamente desconexos, como, por exemplo, as opiniões divergentes sobre
aborto! – afirma o seguinte: “No fundo, a corrupção parece maior quando a
inclusão social é promovida, não por uma revolução, mas de dentro, por uma
fração minoritária da classe dominante que tem a inteligência de cooptar
frações significativas das classes pobres”.
Alguns
temas, que pareceriam de somenos importância, hão de ser resgatados para que
explique e critique o texto de Renato Janine Ribeiro.
Em
primeiro lugar, todos os que têm cacoetes mentais de esquerda não acreditam na
liberdade individual. Para pessoas assim, tudo pode ser explicado por regras
mecânicas que regeriam o comportamento individual. Se se fizer isso, naturalmente se dará aquilo.
É
claro que as pessoas não são regidas pelas mesmas normas vistas na natureza. Se
se colocarem duas pessoas sob as mesmas condições de pressão e temperatura, ainda
que estejam na mesma altitude, elas não se portarão de modo idêntico.
Só
que esquerdistas não creem nisso. Eles acreditam (e é crença mesmo, porque se trata
de religião) que as pessoas não conseguem dirigir-se a si próprias, pois, se postas
em idênticas condições econômicas, certamente se comportarão de igual forma. É a
exclusão do livre-arbítrio.
Daí,
da crença que os esquerdistas têm na inexistência de livre-arbítrio, eles
concluem que o povo jamais alcançaria o progresso social e econômico por conta
própria, mas que necessitariam sempre de guias iluminados, como, no caso do
artigo em discussão, foram chamadas as elites (outro vocábulo sempre usado
pelas esquerdas).
E
o raciocínio é simples: se o povo está submetido à condição econômica
degradante, não poderá dela sair, uma vez que todas as estruturas existentes
tendem a mantê-lo (povo) ali. Só uma revolução (violenta ou não) poderia tirar
o povo do atraso em que se encontra. E a revolução há de ser liderada por
pessoas que não pertencem ao povo, claro!, mas por iluminados que o dirigirão
rumo ao paraíso. Por isso tantos professores universitários são de esquerda!
Eles são os iluminados que vieram resgatar o povo do estado de servidão em que
se encontra.
A
crença na missão que teriam, a de dirigir as massas, faz com que os
esquerdistas desacreditem da democracia. Eles acreditam que devem guiar os povos
oprimidos, tomando de assalto o Estado e nele se encastelando para de lá
comandar a revolução.
Bom,
só que um Estado pequeno não serviria aos propósitos dos esquerdistas. O Estado
tem de ser grande, pois, por meio dele, almejam planejar e dirigir a vida de
todos, distribuindo os recursos econômicos entre as várias classes econômicas
que compõem a sociedade, de acordo com o que entendem justo.
E
aqui está o x da questão: ao tomar para si a incumbência de gerir e distribuir
as riquezas produzidas pelas pessoas de determinado local, é claro que os
servidores públicos desse Estado terão mais chances, muito mais chances de se
apropriar dessas riquezas ilicitamente, pela simples razão de que a elas terão
acesso. E a tentação é grande!
Assim,
é lógico que um Estado maior – sonho da esquerda – gera mais corrupção. Não se
sabe, no entanto, se essa não é a razão pela qual as esquerdas de fato querem
um Estado mastodôntico.
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