sábado, 18 de abril de 2020

A OAB e as atuais demandas sociais

Parecem sem conexão com a realidade de hoje, muitos dos discursos do Sr. Felipe Santa Cruz,  atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil. E não são só seus discursos que soam desconexos, intempestivos e extemporâneos. Vários de seus colegas ainda bradam contra um regime político que acabou há trinta e cinco anos, lutam renhidamente contra os próceres desse período, reais ou imaginários, como se as bandeiras que outrora uniram os advogados em prol das liberdades democráticas pudessem ser chamuscadas por um defunto do qual só restam os ossos. Até quando lutarão contra inexistentes fantasmas, eis a pergunta que haveriam de fazer a si próprios. Mas talvez briguem contra inimigos imaginários porque perderam o bonde da história e não conseguem mais avistá-lo, a não ser de muito longe. Resta-lhes assim a honradez fantasiosa decorrente de uma contenda inexistente.

Hoje, de fato, são novos os desafios que enfrentam nossa combalida sociedade. E a crise desencadeada pelo Coronavírus os escancarou. Quais seriam esses novos obstáculos às liberdades democráticas?

Em primeiro lugar, um Estado agigantado por um establishment burocrático caro e ineficiente. Os brasileiro pagam altíssimos tributos, mas recebem em troca um péssimo serviço público. Só que esses mesmos burocratas, agora impelidos a se mexer pela pandemia que nos assola a todos, em vez de reconhecerem a própria inutilidade, querem mais poderes em suas mãos, clamando também para que coloquemos mais dinheiro em seus bolsos, ainda que isso afete - e como afetará! - as gerações futuras. E onde está a OAB? Discursando contra o AI5!

Todos os dias também vemos, assustados a mais não poder, governadores e prefeitos tomarem medidas ilegais, ainda que nelas se possa entrever alguma preocupação com o bem comum, como é  o fechamento de todas as atividades industriais e comerciais, a prisão de pessoas que simplesmente andavam pelas ruas de sua cidade ou banhavam-se em alguma praia. E onde está a OAB? Gritando contra as prisões do regime militar!

Afora isso, ainda se enxerga um sistema de distribuição de poderes tão equivocado que torna um único homem e um só órgão do Poder Judiciário, como é o caso do presidente do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, mais importantes do que a voz de milhões e milhões de brasileiros e do que a própria Constituição Federal. Hoje as medidas necessárias para que o Brasil caminhe em direção à prosperidade são barradas pela vontade do presidente do Congresso, que as inviabiliza ao seu alvedrio, ilicitamente e por simples pirraça, ou pelo Supremo Tribunal Federal, que interpreta as leis como querem seus loquazes ministros, de acordo com o que lhes dá na veneta. E onde está a OAB? Lutando pelas Diretas Já!

Por fim, há ainda de se levar em conta a implementação da ditadura do politicamente correto pelos gigantes da comunicação. Cerca de cinco grandes grupos dominam a comunicação de massa, impondo por meios sub-reptícios verdadeiras práticas de engenharia social a fim de destruir o que consideram nocivo na sociedade brasileira, como a família, por exemplo. E onde está a OAB?

Enquanto for esse o comportamento da OAB, o de virar as costas para o futuro para que seus olhos permaneçam sempre voltados ao passado, ela será o que vem sendo nos últimos anos: um sindicato cuja voz não ecoa na sociedade! Sem voltar os olhos para os problemas atuais, da sociedade brasileira de agora, a OAB tende a caminhar para sua autodestruição.

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